na eira, o mel pousado, aguardando a chegada das formigas.
as moscas desenhando no ar ângulos rectos e concêntricos, por não saberem já outros.
que erguia depois com o cuidado de quem bebe a água quente que lhe escorre do rosto.
olhava às coisas, às coisas todas, sem distracção.
mexi-me esta noite debaixo dos cobertores como se nadasse fora deles.
cozinharei hoje cada um dos ingredientes com a dedicação de quem saboreia.
algures no mundo, há uma mãe que sabe o que falo.
não me pesa o tempo.
trago comigo o desnorte de nem saber porque o digo.
ceia
depois, reconheço-te pelo cheiro.
encantas-me quando caminho para ti,
quando em louvor te estendo pelas avenidas sem tempo.
rodopio à tua volta e não volto mais.
perdi o ar.
quebrei as asas.
caí na sopa.
texto de ana arqueiro.
criado para e usado em 'para ficar a perceber ainda menos sobre o amor #2', ciclo de mini-espectáculos produzidos pela censura prévia ac em braga, no extinto e s p a ç o.
obrigado ana..
obrigado eva.. (pela foto)
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