sereio viagem l

dia 1 .tempo de mudar de pele. como as cobras (leia-se a redundância). "cá pra mim, não tás bem com isso tudo". cá pra mim, não dizes tudo o que queres dizer! porque? aproveita! eu estou a aproveitar. sei como se faz uma meia-de-leite. tu não. porque saíste? porque ficaste em casa? amanhã vamos encontrarmo-nos? eu ligo-te. vamos para casa dele, todos. estudar. não sentes que não há uma puta de uma resposta decente nisto tudo? será que vai dar para ser avaliada? depois de tanto tempo de preparação, ter que entrar na segunda ronda é foda. e eu estava lá... (onde já ouvi esta merda?)... não, nunca ouvi... deve ser do herpes! ou da capacidade que temos de destruir em segundos o que demora segundos a ser construído. fim do dia 1

dia 3. não há dia 2. não deve nunca haver um dia de oposição. já basta a puta da vida ser composta de dualidades. calça e casaco. cereja e tâmara. pão e marmelada. tabaco e isqueiro. relógio e instruções. casa e jardim. ele e ela. os dois. merda pra tudo. não há dia 2. merda pra ti também (se é pra tudo, é pra todos, até pra mim, que não me separo de tudo nem de todos, nem de mim). merda pra mim. merda pra cama, pro elevador, pra casa dos outros, pra varanda, pra cozinha. merda pros preservativos de cor vermelha e com sabor a fresa. não há dia 2. quase no fim do dia 3.

dia 6. não há dias 2 pelo que não há dias 4 nem 5. não há dias 2 pelo que não há dia 2+2. não há dias 2 pelo que não há dia 3+2. não há dias 2 pelo que 6=3+3. citando a gaja da farinha pingo doce, é óbvio. registo nº 3 do dia 6 do percurso iniciado no dia 1. sabes apenas que não há dias 2. um percurso pode ser linear sem por isso utilizar unidades regulares. saber isto implica abolir os dias 2. ou outros.

registo nº 3 do dia 6 do percurso iniciado no dia 1. sair mesmo que se tenha estado o dia todo a dizer que não. sair (apenas quinze minutos), e depois do caminho feito, entrar onde não deverias sequer estar. porque é um sítio onde não podes parar e páras. porque é um sítio que não é teu e despes-te. porque é um sítio onde qualquer um pode passar e as portas estão fechadas. sabes apenas que vais sair. vais embora. sabes que voltas, mas antes vais. fim do dia 3+3

dia 22. ainda não chegou, nem deve chegar sequer. mas é dia 22. a sorte de não existirem dias 2, é que permitem a existência dos dias 11+11. não vou repetir-me. entendam. que fazes se chegares a hoje? depois de teres estado longe e teres voltado, que fazes? depois de teres passado pelas situações mais desestruturantes que imaginas possíveis, que fazes? eu não posso deixar-me estar em algo que me intoxica... mas quero estar em algo que me droga. é tudo o caralho da perspectiva. e saber que ela te quer. noutro tempo. será hoje, dia 22? e saber que ele te deseja. neste tempo. e saber que ela te ama. nos tempos próximos. e saber que tu os queres a todos. que fazes? mudas a perspectiva? já te vou fazer uma massagem, sei que te doem as costas... mas primeiro, tenho que me deixar sangrar. descobrir que toxina tenho no sangue que me torna tão demente. e esperar que ela saia. à espera do dia 22.

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